terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Não há esperanças


Era um dia lindo. Sol brilhando, vento suave e pássaros cantando. E eu estava trancada no meu quarto. Janela fechada, calor insuportável, frio intenso no coração. Sentimentos guardados, travesseiro manchado de lágrimas. Eu me encontrava no mesmo lugar onde tinha passado os dias anteriores, estava na minha cama.
Ultimamente, eu não achava nenhuma motivação para sair dali. Era confortável, sentia como se ninguém pudesse me machucar. Ao enxugar uma lágrima perdida em meu rosto, uma cicatriz em meu pulso se destacou. Escondi meu braço debaixo do travesseiro, como se isso pudesse remover aquela cicatriz ou me fazer esquecer do que tinha feito comigo mesma. Me arrependia. Mas não havia volta.
Ninguém se incomodava em bater a minha porta ou ligar para mim. Sabiam que se batessem a minha porta eu iria ignorar. Se me ligassem eu simplesmente não atendia, às vezes tinha ânimo para atender e fingir que estava bem, mas logo arrumava um jeito para desligar o telefone.
Talvez eu precisasse de ajuda, mas tinha afastado todas as pessoas que tentaram me ajudar. Mesmo se eu tivesse alguém, eu nunca tinha confessado a ninguém o quanto me sentia mal comigo mesma e o quanto tudo a minha volta me afetava. A cada palavra insensível, um corte novo no meu coração.
Quando saia de casa sempre ouvia a mesma coisa “Não há esperanças, ela não vai melhorar”. Na primeira vez isso me fez chorar. Depois de um tempo fiquei tão acostumada que comecei a pensar que eles tinham razão. Talvez não houvesse esperança para mim.

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